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Ano Novo

Serão novos os anos que passam, os séculos e os milênios que se sucedem na ampulheta do tempo?

Não são. O tempo, qual o concebemos, não passa de uma ilusão. Não há tempos novos, nem tempos velhos. O tempo é sempre o mesmo, porque o tempo é a eternidade. Todas as mudanças que constatamos em nós e em torno de nós, são produto da transformação da matéria. Esta, realmente, passa por constantes modificações. A mutabilidade é inerente à matéria e não ao tempo. Continuar lendo “Ano Novo”

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Criaturas ou Filhos de Deus

A todos que o receberam, aos que crêem em seu nome, deu ele o direito de se tornarem filhos de Deus: os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus”. (Evangelho)

A qualidade de filho pressupõe a de herdeiros. Os filhos herdam dos pais; herdam em todo sentido: – material e moral. Do físico, herdam traços fisionômicos que recordam a paternidade. Do moral – pela convivência; pelo exemplo e pela educação – herdam predicados e virtudes.

É por isso que certas crianças, logo à primeira vista, despertam na imaginação de quem as vê a lembrança dos seus pais. Nem sempre, convém notar, essa recordação é sugerida pelo plástico da criança, mas, particularmente, pela aura que a envolve. Essa aura, às vezes, acha-se tão em harmonia com o astral ascendente que a figura do pai como que aparece, numa cambiante, fundindo-se na figura do filho. Continuar lendo “Criaturas ou Filhos de Deus”

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Salvar é Educar

Salvar é educar. Jesus é mestre, e como tal veio ao mundo salvar a Humanidade promovendo a educação do espírito do homem.

Imaginar-se a obra da salvação, separada da obra da educação, é utopia dogmática incompatível com a época presente. Ser cristão não é uma questão de modo de crer: é uma questão de caráter. Não é o batismo, nem a filiação a qualquer igreja que faz o cristão; é o caráter íntegro, firme e consolidado através de longo e porfiado trabalho de auto-educação. Continuar lendo “Salvar é Educar”

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Evolução

A vida é sempre vida seja qual for a forma através da qual se oculte. Já vivi como pedra, já vivi como planta, já vivi como homem, amanhã viverei como espírito, e, num futuro longínquo cuja época não me é dado precisar, viverei como vivem os anjos, os deuses.

Vim do pequeno, caminho para o grande. Meu passado é obscuro, meu futuro é brilhante. Sou imortal, porque um chispa do fogo eterno palpita em mim. A primeira e mais substancial das provas de minha imortalidade está no fato de viver neste momento e saber que vivo. Se vivo agora é porque vivi outrora e viverei sempre. Se noutras épocas tive outro nome, pertenci a outras raças, habitei outros países, falei outros idiomas, que importa? Nesse tempo vivi tão certamente como vivo hoje. O meu ser pensou, sofreu, gozou, sentiu, amou, tal como faz atualmente. Perdi minha individualidade? Não, porque minha individualidade é o meu ser, o meu “eu”, sede da minha inteligência, da minha razão, da minha consciência e dos meus sentimentos. Perdi, apenas, a personalidade, a forma, a aparência com que então me vesti. Continuar lendo “Evolução”

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Com quem Convivemos?

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Eu nunca estou só; o Pai está sempre comigo, porque faço tão somente o que é do seu agrado”. (Evangelho)

Como Jesus, de cuja autoria são os dizeres acima, o homem também nunca está só. Ele é, por natureza, um ser rigorosamente sociável.

Recluso na cela dos conventos, foragido no deserto, balouçando sobre as águas longínquas do mar, entranhado no seio da terra, constrangido no âmbito mesquinho do calabouço – o homem jamais se encontra só, o homem jamais deixa de viver em companhia de alguém. Continuar lendo “Com quem Convivemos?”

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Marta e Maria

Quando iam de caminho, entrou Jesus em uma aldeia; e uma mulher chamada Marta hospedou-o. Esta tinha uma irmã, Maria, a qual, sentada aos pés do Mestre, ouvia o seu ensino. Marta, porém, muito preocupada com várias ocupações, aproximando-se disse: Senhor, não se te dá que minha irmã me deixe só a trabalhar? Manda-lhe, pois, que me ajude. Retrucou o Senhor: Marta, Marta, estás ansiosa e te ocupas com muitas coisas; entretanto, poucas são necessárias, ou antes, uma só; Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada.” (Evangelho)

As palavras do Senhor não encerram propriamente censura ao proceder de Marta. Ele manifestou-se a respeito do caráter das duas irmãs; e isso mesmo provocado pela própria Marta.

Ambas eram boas e tementes a Deus; entretanto, havia entre uma e outra um cunho particular que as distinguia; e o Mestre, mui judiciosamente, soube apreciá-lo. Marta era sensata, laboriosa, ponderada; agia sempre com método e cálculo, de maneira que, em todos os seus atos, podia-se descobrir o predomínio de uma razão amadurecida. Maria possuía um espírito apaixonado, descuidada talvez das coisas práticas, entusiasta pela espiritualidade: era uma idealista que se deixava levar pelo coração. Continuar lendo “Marta e Maria”

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Jesus e a História

A História nada diz a respeito de Jesus. Nenhuma referência, nenhuma frase, nenhuma palavra sobre o maior vulto, e a mais pulcra entidade que passou pela Terra.

Mas, afinal, que importa esse desdém da História, se é precisamente através dessa falha que se vê a figura majestosa do soberano Mestre ostentar-se em pleno fulgor? Que outra individualidade cantada nas páginas da História logrou jamais impor-se como Jesus Cristo? Quem, como ele, conseguiu assinalar sua travessia por este orbe, com sulcos tão indeléveis? Continuar lendo “Jesus e a História”